terça-feira, 13 de outubro de 2009

O Girassol


Flores são passivas. Elas sobrevivem com o que lhes é oferecido. Se tiver de volta o que lhe oferece crescem expressando toda sua beleza. Mas, quando aquilo que precisam não é oferecido, elas murcham, se tornam secas e sem vida até deixar de existir. O Girassol é diferente, ele "se vira" sempre em busca do Sol. Acho que o amor é assim... acho que eu sou assim.

Como o nome já diz, o Girassol gira sempre de frente para a luz, buscando em todos os momentos a iluminação. Onde há luz, não pode haver escuridão, portanto, por toda a sua existência o girassol só conhece o lado luminoso da vida
Tudo nasce, cresce, envelhece e deixa de existir. Mais até nestes momentos, o Girassol têm algo a nos ensinar. Quando os ciclos da vida exercem seu poder e chega o tempo de murchar, o Girassol se curva - sempre de frente para o Sol - e em reverência a essa energia de luz e crescimento, agradece. Mesmo morrendo e sem mais o calor que ele pode lhe oferecer.
Durante a vida, podemos ser como a maioria das flores. Passivamente aceitando aquilo que nos é oferecido, murchando e nos tornando secos e sem vida, quando não obtemos aquilo que queremos ou merecemos.
Uma flor não sobrevive sozinha.... Uma flor que não recebe mais o calor que ela oferece e atenção que lhe é atribuída... deve ser porque esta morrendo, se adoentando, o amor adoece, nunca se aborrece... e uma vez que esse morre, nunca mais vai poder dizer, amor estou aqui, não chore.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A ultima decisão - Parte III (ultima parte)

Dias se passaram, mas as dores

Se retardaram, caminha lenta

Sem pressa, mesmo assim age de forma violenta...

Retiraríamos-nos de terras que de direito seriam nossas

Não a defendemos? Pergunto, respondem que sim, volto

a me perguntar, por que estamos vivos então?

Se os hinos de guerra cantávamos de coração... Ninguém me responde

Digo ainda, não se calem a tal pergunta, honrados somos

Pois há derrotas mais dignas que certas vitórias...

Chacais somos, respeitados éramos, totalmente livres

Espero que sim, um dia.

Acampávamos todas as noites, nenhuma cidade nos recebia, cidades aliadas,

Hoje todas condenadas.

Alguns comandantes aconselhavam a saqueá-las, mas assim nos tornaríamos repugnantes

Perderíamos o pouco de dignidade e seria minha responsabilidade

Caminhávamos para nosso lugar, ali ficaríamos, novos planos traçaríamos

Mas modestos, perdemos à esperança, um certo medo nos arrevogaria, não

Conquistaríamos nada...

Abrir mão de tudo é muito difícil, eu em um confuso labirinto me perderia...

Para minha surpresa em uma noite escutei que fazia muito tempo que não ouvia,

Lembrei da marcha da minha cavalaria, era a ainda viva força de minha terra, alguns cavaleiros, poucos mas o suficiente para me fazer relembrar.

Traziam noticias, desconfiei que talvez pudesse ser cartas, mas me enganei

Recebi uma noticia, havia um acampamento à alguns quilômetros,

Malditos sejam os que amam essa penúria, o que queriam? Não tínhamos mais nada a não ser nossas vidas.

Levantei acampamento, partiremos para evitar maior sofrimento, veio mais uma divida, até quando fugiríamos? Nos sufocariam

Os homens sentiram minha duvida, automaticamente montaram-se em formação de ataque, começaram a cantar o hino de guerra dos chacais.

Começo de noite, adorávamos o frio da madrugada, o frio do deserto noturno,

Atacaríamos em plena madrugada, só a luz da lua, a vida brincava comigo.

Era minha vez de tentar uma surpresa.

Levaríamos pouco mais de 4 horas para chegar a visualizar o acampamento inimigo

Não conhecia bem sua força, nem sabia sua origem

Tantas cidades, tantos campos, mas porque nosso deserto?

Ninguém o havia atravessado, muitas batalhas ali foram travadas, porem

Nossa única segurança naquele momento eram nossas espadas.

Marchávamos a passos lentos, sensações estranhas se mesclavam, medo, tristeza e

Muito ódio, não se escutava nada, estava pensativo, no meio de tantas incerteza

Uma certeza, iria sofrer outro abalo, talvez o maior, choque de todos.

“...as ruínas do Olindo terminariam de se desfragmentar”

Vinha em chavão, pronunciado, angustiante, não era preciso ser vidente, era claro demais, evidente, cairíamos ali. Era a sorte e alegria de alguns.

Não deixaríamos nenhum legado, de nossos corpos seriamos levados

Não podia ser, como? “Que retrocesso”

Não aceitaria mais uma derrota, porem no ar, já vinhas assopradas, pronunciadas

“Ah, que sensação horrível”

Já não tinha mais segurança alguma, naquela peça artística da vida, ele trazia o medo. Medo não de morrer, mas de não viver, ou viver deste perde e ganha que não me levaria a lugar algum.

Chegávamos perto das colossais dunas. Seria naquela noite que daríamos nosso grito de liberdade ou nos calaríamos para sempre.

Não consigo descrever o que me pensava, era detestável.

Imenso escuro, somente a luz da lua que clareava o destino

Deus, por que? O que o senhor quer?

Não sei nem o que perguntar, eu sei meu futuro.

Até mesmo em uma incerteza de guerra

Forte é meu coração, em frangalhos ainda bate junto com a marcha de nosso exercito. Minha cabeça? Não tenho o que reclamar, agüentou tantas tormentas.

Meus homens? Fiéis até a morte. Minha vida? Talvez eu tenha querido alcançar muito alem do que ela podia me oferecer.

Meu amor? Não sei, não o conheço (isso em 2005)

Perspectiva? Já não existe

Esperança? Isso sim, a vida foi generosa.

No momento? Confuso, feliz, com meu ar meio melancólico e olhos cálidos por natureza.

Elaborei uma estratégia no meio dos guerreiros, os arqueiros ficariam nos pontos altos das dunas, a cavalaria cercaria o acampamento, a infantaria bateria de frente com o núcleo inimigo. Já haviam lutado em plena madrugada outras vezes, no meio da escuridão faria chover flechas, talvez minha melhor surpresa.

Surpresa sim, a primeira flecha é lançada, bem no meio da garganta de meu general, soou as trombetas, logo em seguida os arqueiros mostraram suas forças. Escorria o sangue do demônio.

A cavalaria pesada inimiga fazia manobras para abater minha retaguarda. Era um ótimo momento para meus chacais interceptaram os malditos, era tanto ódio que emanava dos chacais, homens que viveram naquele deserto a vida toda e os defendiam com elas.

Com suas falquetes e cobertos por um pano negro como a noite,

Eram meu orgulho.

Levantou-se a formação de guerra inimiga, sua infantaria deveria ser no mínimo cinco vezes maior!

No escuro ouvia meus homens cantarem, sangram e partem como heróis ao meu ver. Nunca perderam uma guerra nesse território, nuca foram derrotados e verem cair um a um, momento indescritível. No horizonte os sinais da minha cavalaria, ótimo haviam passado sem serem notados, ouço cada vez mais alto o grito de guerra, soa de

Forma agradável, a cavalaria inimiga chega aos flancos da infantaria, idiotas, cortávamos as patas de seus cavalos, afundavam nos buracos que fazíamos na areia,

Via pela primeira vez que eram tais forças, percebia que não eram comuns,

Partiam de um modo violento, era um estranho modo de batalha, pareciam animais enfurecidos com suas vidas, nós os esperávamos imóveis, sofria meu primeiro dano, uma flecha certeira me perfurou o abdômen, não seria nada comparado ao aço que cortaria meu coração. O seco do deserto banhado pelo sangue de quem o defendia. Brotaria alia as flores de nossos valores morais... Flores de corpo e alma...

Não queria chocar meu exército com aquilo, minhas falanges erguiam seus escudos

Paravam o avanço inimigo, nos cercavam, seus arqueiros sugavam nossas vidas,

Lá vinha minha cavalaria, corriam, bateriam na retaguarda.

Pequenos em numero, mas de uma coragem inigualável, sabia que não seria suficiente. Como era grande tais forças, não havia como afrontá-los, nadaríamos contra a corrente de um imenso rio. Quando finalmente nos cercaram, via ali o filme que passava em minha mente tempo atrás, seria um massacre criminal, covarde e totalmente inconcebível.

A razão batia contra meu orgulho...

Rasgavam meu peito, mas não meu valor. Tiravam minha vida, mas não minha vontade de viver...

Ali fomos derrotados, não sobravam muitos de nós. Só os que eles permitiam, para contarem essa historiam e servir de exemplo.

Saiamos da vida para entrar na metafísica dos homens de verdadeiros valores, somos hoje o retrato do passado, a incógnita de um possível futuro.

Thiago 2006

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Zéfiros.... o dia seguinte - Parte II

O dia seguinte.

Vejo de longe meu mais belo sonho
sendo desfrutados pelos meus mais repugnantes inimigos...
Perdemos a conquista, perdemos a moral,
Perdemos o que de direito seria nosso!!
Aprazeríamos doces deletérios do dia seguinte,
A calmaria....
Um bom momento talvez, que seria varrido pelas tormentas
Agora o mais plausível seria nos retirarmos, mas o que fazer? esperar?
Esperar o que?
Não nos sobrou muito, uma pequena força talvez, porem fiéis ate o ultimo
instante....
Manhã ensolarada, Zéfiros sopra inspiradas correntes de ventos
Ventos que sussurram aos meus ouvidos, dei a entender
Que seria o tempo que nos redimiria ou selaria a queda ao inevitável.
Só espero não estar enganado mais uma vez.
pois se nos recuperarmos dos ferimentos de guerra, nos redimiríamos
Dos erros, e se a vida nos ajudar
Ao menos uma vez, com certeza nos reergueremos e decidirei se marcharemos
Contra tais forças novamente.
"lutamos contra a vontade do destino"

Thiago, 19/04/2006


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Á Última Derrota - Parte I

A última derrota
Mais uma derrota!
Talvez a pior
Mas como?
Era a dádiva dos deuses
A benção para a vitória
A consagração!
Os homens estavam inspirados
Cantavam seus hinos de guerra
Nunca tinha presenciado um exercito
Tão motivado e feliz
Era a consagração!
Eu estava sozinho no meio
De fieis amigos e chacais de guerra
Em minha tenda planejava o
“check mati” , meus planos e
Minhas estratégias me consumiam
Vagava só em minha mente
O tempo passava ao meu lado
Meu espírito calado, enfraquecido
Com um grito, pobre espírito, se refutava
Da linda, exuberante e magnífica
Vista da vitoria, a via
Como jamais tinha visto antes
Ali era o presente, as conseqüências do passado
A chance de um no futuro!
Apenas pequenos detalhes me
Incomodavam, tais se tornariam gigantes
Eu tinha como prevê-los
Mas não preveni-los
Meu coração estava em chamas
Minha mente um doce jardim
Em tardes de outono que se
Refratava em frações de segundos
Oriundas lembranças me reprimiam
Às vésperas da investida
Já não tinha tanta certeza
Percebia pouco tempo antes, a situação
Complicava-se, o exercito inimigo
Recebia reforços e triplicava
Em questão de dias.
O destino mais uma vez intervêm
E minava meu caminho...
Emanava de mim um ar preocupante
Meus mais próximos generais acolhiam a situação
Mas nada pronunciavam
Me confiavam suas vidas, ou talvez
Não queriam julgar meu erro.
Não podia voltar a trás , era a dádiva,
Mas para mim a situação sem razão!
Momento antes da batalha montava
A formação de minhas tropas, sorria
Disfarçava minha angustia, pois o
Batalhão acata muito fácil o sentimento
De seu comandante, não poderia transparecer.
O lugar era propicio ao estilo de batalha de meus homens
Um ambiente semi-árido
Talvez o conhece-se muito bem, era quase perfeito.
No distante horizonte a poeira se levantava
Nesse momento senti um imenso vazio.
Poderíamos nos retirar do campo de batalha
E fechar as mãos e os olhos para tudo
Que há de vir
No entanto, isso doeria muito mais que a derrota...
Minha cavalaria pesada se dispersava para leste e oeste
Daríamos a volta e sufocaríamos a retaguarda inimiga
Eu contava muito com a cavalaria, era uma de minhas
Principais forças, pena que não voltaríamos mais a vê-los...
O inimigo entrava em nosso alcance visual.
A linha do horizonte escureceu
Meus homens se calaram, os cantos de guerra
Foram abafados pela marcha pesada
Da estranha força que nos afrontava.
Para minha surpresa uma cavalaria desconhecida,
Era difícil visualizá-los, passavam distantes dos
Flancos de minha infantaria, era para meus cavalos
Estarem fazendo essa manobra do outro lado
Senti naquele momento o começo do gosto amargo
Da derrota.
Todos nós ficamos estagnados, mas eu sabia que nenhum de nós
Abaixaria a espada, lutaríamos a te o ultimo homem
Nos atiraríamos ao fogo do inferno que se montaria em nossa frente
... agüentaríamos dilúvios de flechas
O aço cortaria nossos corações ao meio...
Mas não , não agüentaria mais
A agonia de viver se defendendo das ironias e sarcasmos da vida.
Então não negaríamos a luta, porem vistando o inimigo, tão grande,
Armados, fumegando aos gritos de guerra, não poderíamos mais
Aceitar enfrentar tais forças. Demos a embate a batalha
Meu exercito de chacais recuou, se distanciou da infantaria
A cavalaria inimiga abatia meus arqueiros, nossa retaguarda foi abalada
Pela nossa moral, cobria os flancos, revivia meu amargo passado...
Era minha principal força, tão facilmente abatida.
A derrota era visível, uma reviravolta iminente
Então calado eu pensava porque não laçar minha alma
E me revogar dessa situação atual?
Alguém me acordou do transe e me aconselhou
Que partisse em retirada, não havia mais nada o que fazer ali
Estava tudo perdido, com o tempo me apegaria a verdadeira esperança.
Thiago - 2006 (17-18/04/06)