segunda-feira, 4 de julho de 2011

Carta aos senhores das terras médias


Responsavelmente dirijo aos senhores às noticias de meu estandarte.

A bandeira que trás o símbolo do lobo. Das terras do norte, responsável pelas muralhas que seguram os bosques e terras gélidas que vão além do nosso alcance visual está se rasgando aos poucos.

Sugiro que se preparem para uma guerra pouco desejada.

Muitos fugirão, atravessarão o mar, levarão suas famílias para longe. Eu gostaria de estar longe. O mais longe do meu mundo. Pois eu vejo as teias do destino se formando, grandes dores e perdas; mas o pior é saber da impotência e limites do meu poder. Sendo que não tenho força ou reação pára frear o destino.

O dever ou os juramentos feitos nessa vida não me permitem tamanha ousadia. A honra em ser o que necessitam que eu seja.

Alerto que o inferno virá junto com o frio. O céu escurecido por nuvens pesadas será o prenúncio, pior que as vozes de lamentos que suporto todos os dias.

O senhor das terras se perderam. Lamento em dizer, porém afirmo que tenham caído em uma armadilha provocada pelos deuses, como muitos acreditam, ou mais sabiamente, poderei dizer provocado pelos homens do mundo.

Os senhores que faziam as forças do norte se perderam.

Primeiramente posso dizer que não caíram pelos fios das espadas. E sim pelas cortantes línguas, venenosas, mais poderosas que mil espadas.

A rainha da lua, senhora do grande Lord, causou grandes choques de palavras, melhor dizendo, fortes intrigas com o grande senhor das terras das pedras queimadas. Chegando ao ponto de seu marido cortar os laços com os homens das terras mencionadas. Quase mil lanças saíram das grandes muralhas. O Caos foi iniciado.

O grande senhor das florestas de Arcan ficou irritado com a perda de tantos bons soldados. Tentando apaziguar o Caos. Mas um furacão não muda de direção com um simples assopro. O grande senhor de Arcan conflitou-se com a rainha da lua, fortes discussões com o grande Lord culminaram em uma batalha sangrenta, sangue do norte derramado e nenhum inimigo, nem mesmo uma sombra caída fora das grandes muralhas. O meu receio veio logo em seguida quando os três Karls conspiraram contra o grande senhor do norte. Um Karls foi morto, a morte trouxe consigo o lamento de muito e a acusações de tirania e maldade da rainha da lua. Muitos soldados deixaram as muralhas. Voltando-se contra o grande Lord. Afastaram-se e esperam a queda de meu reino. Mas com a queda não haverá mais reino ao norte, não haverá mais reino de senhores nas terras médias e nem ao sul. Cairão um a um. Novos deuses invadirão nossas terras e com eles as criaturas das florestas que vão além da grande muralha.

O grande Lord permaneceu ao lado de sua rainha. Derramou sangue e criou o Caos. Grandes soldados se preparam para enfrentar espadas ou lanças e se esquecem de outra grande arma: As palavras embriagadas pelo amor de uma mulher. A Rainha conspirava contra o grande Lord e fugiu com um amante para o Sul. A rainha achou novo sangue para injetar seu veneno. E deixou nosso reino quase morto. O Grande Lord morreu de uma febre. As pessoas que não fugiram estão com medo. E agora apenas eu comando e guardo as grandes muralhas, com os soldados que me servem lealmente. E provavelmente aqui morrerão, preferindo morrer em sua terra.

Se as grandes muralhas caírem, o caminho estará aberto para aqueles que caminham no gelo e na noite. Aqueles que o frio não mata e nem congela.

Com o cargo que tenho. Faço minha função de proteger a entrada para as terras dos nossos reinos. Caso queiram defender-se preparem para a chegada do inverno. Pois ele atravessará as muralhas e chegarão as terras médias. E caso queiram combater nas grandes muralhas e marcharem para o norte, sinceramente, não sei o que encontrarão quando chegarem aqui. Pois escrevendo essa carta eu vejo o vento trazer nuvens e os primeiros grãos de neve.

Saudações das terras Arcanticas. Que a memória nossa não se perca quando suas espadas forem desembainhadas.

Sir. Loreson Martiriano

Casa dos lobos de Arcantica