quinta-feira, 30 de junho de 2011

Um pouco sobre os Vikings



A Busca Dos Vikings

O sol quente retorna novamente,
E derrete a neve
O mar é livrado das correntes geladas
O inverno esta indo

Em pé junto ao oceano
Podemos ouvir as ondas
Chamando-nos para fora com a maré
Para navegarmos em nosso destino

Odin! Guie nossos navios
Nossos machados, lanças e espadas
Nos guie por tempestades que chicoteiam
E na guerra brutal

Nossos navios nos esperam no porto
Chegou a hora de deixar
nosso país, família e casas
pelas riquezas no leste

Alguns de nós não retornarão
Mas isso não vai nos desanimar
O nosso destino está escrito nas teias
Tecidas pelas Norns

Um carneiro é sacrificado
Na proa do do longo navio,
E enquanto ajustamos nossas velas
Uma forte brisa começa a soprar

Ela transporta-nos para o mar
Com esperança de fama e orgulho
E gloriosos todos serão
aqueles que com a espada na mão morrerem

Odin! Guie nossos navios
Nossos machados, lanças e espadas
Nos guie por tempestades que chicoteiam,
E em guerra brutal

Odin! Guie nossos navios
Nossos machados, lanças e espadas
Nos guie por tempestades que chicoteiam
E em guerra brutal

Letra da banda Amon Amarth

* As Norns são um clã de deusas gigantes Jotuns (de Jötunheimr), Urd (passado), Verdandi (presente) e Skuld (futuro), que tecem o destino dos humanos.

Comentário:

Os povos nórdicos, como por exemplo, os dinarmaqueses ou os noruegueses, foram conhecidos em um período, um pouco anterior a idade média, como grandes guerreiros, ferozes e pagãos! Além de que eram grandes comerciantes, pois tinham uma técnica de navegação útil para a época; e esses mesmos comerciantes serviam como espiões, para possíveis ataques as cidades.

Os povos nórdicos, dizem alguns historiadores, que desbravaram várias regiões do mundo, incluindo a América do norte, chegando próximos desse continente pela Groelândia. E também em outras regiões do mundo. Mas as terras que os nórdicos cobiçavam isso eu me guio pelos romances clássicos sobre esse período, eram as regiões da Bretanha ou até mesmo a terra dos Francos. Buscavam terras ricas para plantar e criar animais, além de extensão para criar comunidades ou povoados.

Esses povos Nórdicos eram chamados de Vikings quando se juntavam em bandos e junto de seus barcos navegavam implantando saques a outras navegações comerciais e a invasão de terras para saques e pilhagens. Uma atividade caracteristicamente próxima da pirataria.

Na Bretanha, por exemplo, o primórdio do cristianismo ganhava muita força. O que fazia dos Dinamarqueses pagãos, enviados do mal para punir o povo cristão da Bretanha que por muito tempo cultuavam os “falsos” deuses, de acordo com os cristãos da época.

Os Vikings ou povos nórdicos conquistaram muitas terras. Muitas guerras. Levando o medo para Francos, bretões e saxões. Um povo antigo com uma cultura mítica rica e interessante.

Aos poucos vou descrevendo mais sobre a cultura desses povos antigos.

Thiago


sexta-feira, 3 de junho de 2011

[Conto 2, parte2] Lua prateada olhos amarelados

Atrás da banca de jornal um casal fumava maconha, o cheiro se espalhava pelo ar, Alexandre resolveu caminhar para outro bar, não pelo cheiro da erva queimando, pois ele simplesmente era um andarilho da noite, seguindo mais para o norte da cidade, subindo a avenida mais alguns quarteirões do local que estávamos. Preferi não ir. O sono retornava, precisava descansar a cabeça para depois reorganizar meu raciocínio. Algo fazia sentido em meio tantos pensamentos turbulentos. Era hora de retornar para casa.

Despedi-me de Geraldinho, o dono do bar, um sujeito barrigudo e meio careca; os dois homens que conversavam ao meu lado no balcão já haviam ido embora.

Segui descendo a avenida principal, passei em frente ao ponto de ônibus que fica na esquina do bar, ainda havia muitas pessoas esperando o corujão, os ônibus da madrugada; as ruas ainda tinham vida naquela parte. Após cinco minutos de caminhada havia chego a frente da catedral, horas antes era grande a movimentação na praça em frente à igreja e dos carros que subiam a avenida, naquele momento, que retornava, se ouvia os morcegos que viviam nas arvores da praça, entrei no estacionamento da catedral, iria cortar caminho pela igreja, descendo as escadarias ao arredor da entrada principal; começava a notar como eram belos os desenhos da vidraça da igreja, as esculturas de anjos que ficavam nas muretas do estacionamentos, aquele lugar era calmo, passava uma tranqüilidade, era a essência da noite. O vento ficava mais gelado, o céu estava límpido, estrelado e a rua solitária. Percebia também que Alexandre estava correto, a cidade adormecia mais cedo que o normal.

Esquina da Rua Santa Maria, descia sentido ao mercado municipal, era o centro comercial da cidade, algumas ruas apenas com lojas, escritórios, praticamente nenhuma residência, durante o dia era um caos, a noite era naturalmente um imenso espaço vazio. Acostumado com o clima descia a rua em silêncio, olhei para trás não via ninguém, apenas sacos plásticos sendo levados pelo vento, estalos nos fios de alta tensão do poste; imaginava como seria alvo fácil alguns estabelecimentos para assaltos, quanto tempo a policia demoraria a chegar caso fosse necessário, outras vezes pensava como estavam em péssimas condições das calçadas, os bueiros sujos; em meio aos pensamentos não ouvia os latidos de cachorros, era algo normal, que fui percebendo aos poucos. Mais cachorros latiam distantes, alto o bastante para se ouvir, os latidos foram ficando mais fortes, mais nervosos, alguém em algum lugar deveria estar provocando os cachorros. Apertei os passos, naquela altura da noite não era interessante encontrar ninguém na rua, principalmente quem provocara a ira de tantos cachorros. Logo em seguida começou um som que me chamou atenção, estava de frente para a praça do Mercadão, havia duas ruas que eu poderia entrar, a primeira entrada para uma rua que fazia uma grande curva, dificultando a visualização da outra ponta da esquina, ouvia galopes... Pensava - “quem estaria cavalgando aqui, nessa hora?” – Loucura, um frio passou pelo corpo, uma sensação de desespero oculto, mas não estava com medo. Olhava para esquerda observando a rua que fazia a curva, havia um poste com a luz fraca iluminando a virada, enxergava um bar fechado ao lado de uma ótica, nada mais, fortes galopes ressoavam pelas ruas, parece que o som surgia de todas as direções. Encostei-me ao canto da parece, tentava observar quem andava na outra ponta da rua, o som parou repentinamente, resolvi caminhar um pouco para dentro da rua tentando alcançar uma melhor visualização, cada passo era mais adrenalina jogada no sangue, não entendia o porque da tensão, ainda não sentia um medo comum, sabia que alguém caminhava na outra esquina, uma sombra cresceu por um instante ao pé de uma pequena arvore, plantada não há muito tempo, foi um rápido momento, algo passou por instantes, recuei alguns passos, ouvi uma respiração forte, longas aspiradas de ar - Quem tentaria buscar cheiros no ar? – balbuciei. Novamente a sombra passa rapidamente. Sons de galopes rápidos, meu olhar fixo na única parte do outro lado da rua que enxergava. Paralisei. Terror mórbido. O choque que inconscientemente esperava. Um vulto negro e comprido passa rápido, mas não tão rápido a ponto de eu não o ver. No fundo eu sábia quem era, ou melhor, o que era. Corri para a praça do mercadão, procurei correr em sentido contraria a rua que estava, parei, olhei para o lado, via um ponto vermelho, provavelmente alguém fumando. Comecei a andar rápido em direção ao fumante, vinte metros adiante havia outra entrada para uma rua que começava a subir sentido a minha casa, porém, a rua anterior no qual vi o grande animal que aspirava o ar sairia nessa próxima rua, não poderia subir ela, passaria reto e correria como nunca. Chegando próximo a esquina da rua seguinte um cala frio forte, era praticamente um medo de olhar para a esquina da rua que surgirá adiante. Coração disparado, o som dos galopes cessaram, não sei o momento exato, pois fui dar conta disso quando passei pelo ultimo pedaço de parede, começou a rua, olhei para a direita, nada na outra esquina; ressoa um som alto de ferro entortando. Meus olhos arregalados e estáticos avistam um focinho com um nariz negro surgir, uma cabeça com orelhas em pé, atentas, pêlos negros, eis que surge uma fera andando sobe quatro patas, era maior que qualquer cachorro grande, meio corpo do animal passou pela esquina, ele parou, aspirou novamente, olhou para minha direção, tentai não fazer barulho, fiquei estático, ele saía de uma rua escura, pouco iluminada, seus olhos brilhavam, olhos assassinos de um caçador perfeito, fixos. O animal colocou uma pata na parede e forçou o corpo para frente se pondo em pé, derrubou um pedaço do reboque da parede, em pé era enorme, muito maior do que eu, praticamente três metros de altura, mais ou menos, as patas traseiras eram longas, quase iguais a de um cachorro, as patas da frente mais pareciam braços longos quando estava em pé, no qual os dedos eram mais longos e separados se comparados com as patas traseiras. O animal caiu sob quatros patas novamente, dessa vez pulando para frente, mostrava todo o corpo dessa vez, me assustei, mas não me mexi, talvez aquela coisa quisesse que eu corresse. Ouvi passos vindos, olhei para o lado, o rapaz que fumava descia em minha direção, olhei para o animal que caminhava também em minha direção, lentamente ele andava e ia se pondo em pé novamente, as patas da frente se esticam novamente parecendo braços soltos, sem tocar mais ao chão, agora o tronco ia erguendo-se; o rapaz chama minha atenção falando alto.

- E aí cara, o que você ta fazendo aí? Ta com medo de mim, rapa? – Olhei assustado para o cara que vinha com um capuz na cabeça, talvez ele quisesse me assaltar realmente e vendo o medo nos meus olhos ele obteve a presa perfeita, porem, nós dois nos tornamos presas perfeitas. Olhei para a fera de pêlos negros e olhos amarelados, ela parou com a voz do homem, se minha visão não ficou deturpada pelo medo, consegui ver as unhas do animal se alongando junto com os dedos esticados e a fúria animalesca foi solta com um urro selvagem, a boca aberta mostrando os enormes caninos, uma boca daquela, com tantos dentes amarelados e pontiagudos poderia arrancar qualquer parte do meu corpo sem dificuldades. Outro urro furioso seguindo de um uivo ensurdecedor, o homem parou pego de surpresa, olhei para o individuo e gritei já correndo.

- Corre, corre, puta merda, corre! – Era o que eu conseguia falar, a criatura estava quase um quarteirão de distancia de nós, passei correndo pelo homem ou jovem, não olhei para seu rosto, depois que me viu passar correndo por ele gritando para correr, também decidiu se mexer trotando por pouco tempo até parar e começar a olhar para a esquina que eu estava parado; novamente ouvia-se o galope do animal que já não se escondia, foi minha vez de olhar para trás e ver o homem correndo muito mais lento do que eu e sempre olhando para a esquina. Eu corria sem cansar, muita adrenalina no sangue, nesse momento ouvi o desespero do homem, gritava como uma criança alucinada pelo medo. O individuo corria em disparada. Na esquina o animal virou a rua galopando em quatro patas, a criatura aspirava o ar, rugiu pela terceira vez, nesse momento senti que agora aqueles olhos amarelados fixariam em um de nós dois e caçaria a presa escolhida com uma fúria maldita.

Corria por uma rua íngreme, o ar começou a faltar. Adiante a rua terminaria, não poderia seguir reto, teria de virar para esquerda ou direita. O homem continuava gritando, já não ouvia o animal. No fim da rua olhei para a direita, uma boa descida, porém não enxergava nenhuma luz a não ser dos postes, não teria nada adiante. Olhei para esquerda, duas ruas a frente haveria uma rotatória, passando por ela chegaria a um posto de gasolina ainda com luzes acesas. Não pensei e comecei mais uma corrida rumo à luz.

- Deus do céu. Sai daqui desgraçado! – ouvia o homem gritando, pelo menos estava vivo ainda.

Eram duas ruas até a rotatória, sentia o cansaço da corrida, do nervoso e o medo.

Olhei novamente para trás após ouvir o desespero do rapaz, ele havia virado a rua também, estava quase uma rua atrás de mim, um pouco depois do homem a criatura faz uma curva rápida, com os dentes a mostra e babando. Senti o fim do homem desconhecido. O animal passou ao lado do rapaz, ergueu-se em duas patas e com um dos braços rasgou o homem com as grandes unhas, um golpe feroz passou pelo corpo humano, rasgado como um pedaço de papel; um grito e o corpo caindo. O animal olhou para mim, cheirou o ar e continuou a me caçar. Meu medo virou o desespero há pouco vivido pelo rapaz rasgado e caído. Não poderia correr mais do que aquela coisa. Faltava meio quarteirão para chegar à rotatória, e mais um pedaço para o posto de gasolina, estava fadado à morte naquele momento... Caso não fosse os dados jogados pela vida. Um jogo de encontro e desencontros forjados e ultrajados pelas razões universais.

Um Pálio branco vira a rua rapidamente, luz alta, não enxergava quem estava no carro, pulei para a calçada, era a distração mandada para ter uma chance. O carro breca seco fazendo um barulho e trazendo um cheiro de borracha queimada. Som da buzina, não olhei para ver o que ocorria, estava em uma fuga cega. Ouvia o rosnado da fera, gritos de mulheres no carro, e a buzina novamente. O carro passou por mim, engatado em marcha ré, o motorista usando a sensatez preferiu voltar ao invés de tentar atravessar o caminho da morte. O carro parou, abriu a porta traseira, não pensava, por impulso pulei no banco traseiro caindo no colo de duas pessoas, havia quatro pessoas atrás contando com minha presença. Sem fechar a porta e com minhas pernas para fora começou a fuga. O animal deveria estar em pé, pois conseguia ver sua cabeça, seu rosnado, e seus olhos cravados em mim. O homem vestindo um terno bege passou por cima da rotatória, as mulheres choravam. Algumas pessoas saíram do posto de gasolina e foram ver o que ocorria. A criatura nos seguiu até a esquina, parou, rosnou e observou o movimento das pessoas vindas para acudirem os passageiros do carro que subiu na calçada e bateu em uma porta de algum estabelecimento. Tremia, sentia o medo frio do desespero.

Todos estavam fora do carro. Dois homens ameaçaram ir até a rua que havíamos subido, mas foram detidos por um uivo que rasgou a noite. Sabia que a fera havia receio de defrontar muitas pessoas ainda, foi o alivio momentâneo. As mulheres diziam que haviam visto a criatura dos infernos. Todos que estavam no carro falavam em pestes, anjos caídos, ou bestas apocalíptica. Pareciam fanáticos alucinados. Talvez estivem todos certos ou simplesmente buscam explicação no que fazia parte de suas crenças. Os policiais chegaram com várias viaturas, fizeram busca, ouviram minha história, procuraram o homem que eu havia descrito, não acharam ninguém, apenas muito sangue empoçado, arrastado. Um animal estivera ali, o que tirou as suspeitas de culpa da minha pessoa. Entretanto fui diagnosticado como uma pessoa perturbada, em estado de choque. Os homens do posto de gasolina não viram nada, só ouviram um cachorro uivando de medo do barulho provocado pelo motorista do Pálio. Informações desencontradas e um assassinato. Foi o que a policia encontrou. E uma história de uma besta noturna, o anjo da morte que caminha pelas ruas soturnas.