sábado, 31 de julho de 2010

O dia vira Noite


Quem diria... A porta se fechou

A janela não mostra mais a rua

O amor não mais chorou

Agora só joga verdade nua e crua.

Quem um dia não sonhou que voou

Quem um dia por amor já não chorou

Quando se é por mera alegria

A lagrima não escorre vazia.

Se um dia o tempo parar

Perdido seria o farol

Do porto a atracar

Se um dia o tempo parar

Mal poderia pensar

Sua imagem, seu sorriso

Era o filme a passar...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Andarilhos


A relva estava úmida, cobrindo parte de um grande muro.

Três homens observavam a casa de longe, sentindo a dor que o dia havia ocasionado a eles. Sabiam que não teriam o aconchego daquela casa. Teriam que ser fortes por mais uma vez, e amanha seria o mesmo pensamento.

A coragem deles não era em não sentir o medo. Sentiam medo, porem tinham a coragem e não sabiam que quem possui essa coragem desconhece o quanto corajoso se torna em se apegar a vida com dentes e unhas e uma garra que nem mesmo Deus atribuiu a eles, quando tombavam em uma queda onde provavelmente não levantariam mais se firmavam em não cair, se agarrando a vida como lobos se agarrando em uma caça em um dia de estiagem e fome.

O sol se firmava poucas horas durante o dia e pouco os raios chegavam ate a terra fria e úmida, pouco se esquentava o caminho desses homens, poucos sentiam o conforto que a dita vida poderia lhes dar.

Nunca se imaginava o bastante para anteceder os fatos da vida, por mais que se tente sempre algo fora do esperado apareceria empurrando tudo o que já havia feito para longe e trazendo junto todos os fardos que as costas suportariam.

Dizem que Deus jamais lhe daria um fardo que você seria incapaz de suportar, mas ele com certeza lhe dariam um fardo que te levaria ao limite de tudo em você.

Esses três homens mal se aborreciam com qualquer fato novo, talvez eles mal soubessem diferenciar o agradável do desprazer.

Quem sabe não sonhavam enquanto descansam sonhar em voar, voar tão alto que o azul se tornaria preto e lá de cima talvez pudesse ver o que se tem lá em baixo, ver tudo o que ninguém mais vê.

Às vezes sonhar com o mar, ele batendo no pé, ouvi-lo, sentir o cheiro que a maresia traz. Sentir o sol aquecendo e sentir a refrescância que poderia ter.

Mas é claro tudo era sonhar. Imaginar e quem sabe um pouquinho de prazer em ter essa leve esperança, ter como um abrigo longe, tão longe que quem sabe não nos perderíamos em voltar...

Sonhar assim seria melhor. Melhor do que imaginar uma distancia enorme entre pessoas, melhor do que sentir frio e a solidão no meio do perdido tempo que não há rumo nem abrigo.

Quem sabe o confortável não seria em gostar da vida sem querer ser o que não é de nossa natureza, entre homens e lobos com certeza a natureza de cada um fala alto, distorcer e enganá-la seria um espinho colocado no coração que se sentiria quando ele batesse mais forte com saudades e quem você realmente é.